“Transcorridos inumeráveis séculos da criação do mundo desde que Deus, no princípio, criou o céu e a terra e formou o homem à sua imagem; Transcorridos também muitos séculos, desde que o Altíssimo, passado o dilúvio, pôs o arco nas nuvens, sinal de aliança e de paz; No século vigésimo primeiro da migração de Abraão, nosso pai na fé, de Ur dos Caldeus; No século décimo terceiro da saída do povo de Israel do Egito, conduzido por Moisés; Cerca de mil anos da unção de Davi como rei; Na sexagésima quinta semana, conforme a profecia de Daniel; Na centésima nonagésima quarta Olimpíada; No setingentésimo quinquagésimo segundo ano da fundação de Roma; No quadragésimo segundo ano do império de Otaviano Augusto, estando todo o mundo em paz, JESUS CRISTO, ETERNO DEUS E FILHO DO ETERNO PAI, querendo consagrar o mundo com sua piedosíssima vinda, pelo Espírito Santo concebido, passados nove meses da concepção, em Belém da Judeia nasce, da Virgem Maria, feito homem: Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo a carne.”- Anúncio de Natal rezada no dia 24 de dezembro.
Encarna-se entre nós foi um dos maiores presentes que Deus nos ofertou. Nascer pelo seio da Virgem Maria, mulher simples, humilde e de bom coração nos faz acreditar e crer que Ele usa dos pequenos gestos para nos alimentar com o pão da fé e com um pouco de si mesmo. Certa vez disse-nos Sua Santidade o Papa Francisco em uma das suas homilias de Natal:
“Belém é o ponto de viragem no curso da história. Lá Deus, na casa do pão, nasce numa manjedoura; como se quisesse dizer-nos: Estou aqui ao vosso dispor, como vosso alimento. Não agarra, oferece de comer; não dá uma coisa, mas dá-Se a Si mesmo. Em Belém, descobrimos que Deus não é alguém que agarra a vida, mas Aquele que dá a vida. Ao homem, habituado desde os primórdios a agarrar e comer, Jesus começa a dizer: «Tomai, comei. Este é o meu corpo» (Mt 26, 26). O corpo pequenino do Menino de Belém lança um novo modelo de vida: não devorar e acumular, mas partilhar e dar. Deus faz-Se pequeno, para ser nosso alimento. Nutrindo-nos d’Ele, Pão de vida, podemos renascer no amor e romper a espiral da avidez e da ganância. A partir da «casa do pão», Jesus traz o homem de regresso a casa, para que se torne familiar do seu Deus e irmão do seu próximo. Diante da manjedoura, compreendemos que não são os bens que alimentam a vida, mas o amor; não a voracidade, mas a caridade; não a abundância ostentada, mas a simplicidade que devemos preservar.”
Devemos agradecer a Deus pelo dom da vida e pela sua infinita misericórdia, pois, estamos vivenciando um momento impar e que ficou marcado por toda a história da humanidade.