“O dom da fé pede que, sem cessar, demonstremos nossa gratidão a Deus”. Com estas palavras o Papa Pio XII promulgou em abril de 1957 a carta encíclica Fidei Donum (em latim, o dom da fé). Em respostas ao apelo do Papa pela evangelização dos povos, um grupo de presbíteros do norte da Itália decidiu deixar sua pátria para anunciar a palavra de Deus no Brasil, como sacerdotes “fidei donum”.
Em maio de 1977 chegaram à Paraíba os pioneiros: Luciano e Celestino. O jovem padre Luís Pescarmona, por sua vez, tendo permanecido por 11 anos em Minas Gerais e “já muito identificado com a nossa gente” (Dom Marcelo), chegou à Guarabira dias depois, aos 29 de junho de 1977. Era uma quarta-feira de chuva na qual o povo celebrava os festejos populares em honra a São Pedro, e naquele dia se iniciava uma história de amor com a cidade de Guarabira que se desenvolve até hoje.
Nas palavras de Dom Marcelo, “a vinda desses zelosos sacerdotes foi um alento de Deus, um presente para nossa região”. E ele estava certo. Que presente tão valioso Guarabira recebeu naquele dia.
Poucos sacerdotes podem dizer que dedicaram mais de 40 anos de sua vida a Diocese de Guarabira. Dos muitos padres que estiveram presentes na fundação da igreja diocesana do brejo, pouquíssimos ainda estão servindo o povo de Deus com o mesmo vigor do Monsenhor Luís. Nos quase 200 anos de história da paróquia da Catedral, nenhum sacerdote residiu e serviu na cidade de Guarabira por tanto tempo. Mons. Emiliano, o pároco mais longevo, residiu aqui por 34 anos. O Monsenhor Luís já comemora 44 anos fazendo o bem ao nosso povo.
Mas, como são muitas as atividades que ele realizou ao longo destes anos no campo da comunicação no rádio, da assistência social e do apoio aos trabalhadores e empobrecidos, gostaria de destacar apenas uma, aquela que mais me impressiona como sacerdote: a vocação para a administração do perdão, no sacramento da confissão.
Quantos fiéis arrependidos não foram perdoados por Deus graças ao seu ministério? Quantos guarabirense aflitos que buscaram a Catedral ao longo destas décadas, não puderam ouvir a voz de Deus nas palavras daquele homem sábio, sentado em uma cadeira humilde à espera dos pecadores? Se com razão invocamos o Padre Ibiapina com a alcunha de “Apóstolo da caridade”, também poderemos chamar o Monsenhor Luís de “apóstolo do confessionário”.
É por isso que nesta data me associo a todos os fiéis espalhados por esta Diocese que rendem graças a Deus pela sua opção preferencial prática pelos pobres. O Monsenhor Luís fez, faz e continuará fazendo história na cidade de Guarabira e na diocese, através do serviço incondicional ao reino de Deus, e por isso ele é tão querido pelo nosso povo.
Parabéns Padre Luís. Que por intercessão da Virgem Senhora da Luz, Deus lhe conserve incansável, corajoso e entusiasmado, inspirando a muitos que querem se doar em favor dos irmãos.
Vida longa ao Monsenhor Luís Pescarmona!
Pe. Kleber Rodrigues – Pároco da Catedral